Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/3921
Autor(a): Borges, Egly Sterfane da Silva
Orientador: Morais, Maria Perla Araújo
Título: Colonialismo e pós-colonialismo na vida das mulheres moçambicanas nas obras: A Confissão da Leoa e Terra Sonâmbula, de Mia Couto.
Palavras-chave: Colonização; Literatura; Mia Couto; Moçambique; Mulheres; Colonization; Literature; Mia Couto; Mozambique; Women
Data do documento: 17-Dez-2021
Citação: BORGES, Egly Sterfane da Silva. Colonialismo e pós-colonialismo na vida das mulheres moçambicanas nas obras: A Confissão da Leoa e Terra Sonâmbula, de Mia Couto..2021.111f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Letras, Porto Nacional, 2021.
Resumo: Esta pesquisa dedica-se investigar a representação das mulheres moçambicanas nas obras Terra sonâmbula (1992) e A confissão da leoa (2012), de Mia Couto. Acreditamos que essa representação só pode ser analisada se atentarmos para os aspectos coloniais e pós-coloniais de Moçambique, uma vez que o país sofreu a colonização portuguesa que fragmentou a sociedade. A dissertação é resultado de um estudo bibliográfico que percorre as áreas de literatura, ciências sociais, estudos de gênero e história para compreender a condição da mulher em Moçambique. Busca-se refletir, a partir dos romances de Mia Couto, sobre os processos históricos-sociais de Moçambique, assim como o silenciamento e a subalternização das mulheres que sofrem com diversas violências naquele país. A exploração do território moçambicano pelos portugueses provocou uma crise na cultura, tradição, religiosidade e organização social. É nesse contexto de crise que se percebe o espaço subalterno reservado ao sujeito feminino. As mulheres dentro da obra de Mia Couto refletem sobre os processos históricos de suas condições de extrema vulnerabilidade. O colonialismo com seu patriarcalismo, além das dinâmicas sociais do pós-colonialismo, como disputas de poderes locais e nacionais, reserva ao sujeito feminino um lugar de exploração, situação que é denunciada pelos romances do Mia Couto. As obras desse estudo tematizam algumas discussões sobre a colonização, a guerra pela independência e o período pós-colonial objetivando perceber questões atuais que interferem na vida das mulheres moçambicanas. As personagens Farida, de Terra sonâmbula (1992) e Mariamar, de A confissão da leoa (2012) representarão, aqui, como as práticas coloniais são reproduzidas e de que forma persistem na vida social do país mesmo depois da independência.
Abstract: This research is dedicated to investigating the conditions of Mozambican women and the impacts of colonialism on their lives from reading the works Terra sonâmbula (1992) and A confissão da leoa (2012), by Mia Couto. It is the result of a bibliographic study that covers the areas of literature, social sciences, gender studies and history that embrace the condition of women in Mozambique. It seeks to reflect, based on Mia Couto’s novels, on the historical- social processes of Mozambique, as well as the silencing and subordination of women who suffer from various types of violence in that country. The exploitation of Mozambican territory by the Portuguese caused a crisis in culture, tradition, religiosity and social organization. It is in this context of crisis that the subordinate space reserved for the female subject is perceived. The women in Mia Couto’s work reflect on the historical processes of their conditions of extreme vulnerability. Colonialism with its patriarchalism, in addition to the social dynamics of post-colonialism, with disputes over local and national powers, reserves a place for exploration for the female subject, a situation that is denounced by Mia Couto’s novels. The works of this study deal with some discussions about colonization, the war for independence and the post-colonial period, aiming to understand current issues that interfere in the Mozambican women’s lives. The characters Farida, from Terra sonâmbula (1992) and Mariamar, from A confissão da leoa (2012) will represent, here, how colonial practices are reproduced and how they persist in the country’s social life even after independence.
URI: http://hdl.handle.net/11612/3921
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