Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/858
Autor(a): Moraes, Juliana Oliveira
Orientador: Cordova, Fabiano Mendes de
Título: Modelo experimental de deficiência de tiamina induzida por amprólio em camundongos
Palavras-chave: Polioencefalomalácia;Vitamina B1;Neurodegeneração;Neuroproteção;Estresse oxidativo;Esteatose hepática;Polioencephalomalacia,;Neurodegeneration;Neuroprotection;Oxidative stress;Hepatic steatosis
Data do documento: 23-Ago-2017
Citação: MORAES, Juliana Oliveira. Modelo experimental de deficiência de tiamina induzida por amprólio em camundongos. 2017. 72f. Dissertação (Mestrado em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos, Araguaína, 2017.
Resumo: As doenças neurológicas são bastante variadas e de grande impacto econômico na pecuária. Os distúrbios do sistema nervoso central (SNC) podem ser causados por vários agentes etiológicos, como agentes biológicos e por distúrbios metabólicos. Neste caso, destaca-se a polioencefalomalácia (PEM) desencadeada por deficiência de tiamina (vitamina B1). A PEM tem sido descrita em várias regiões do Brasil, envolvendo bovinos, ovinos e caprinos. Entretanto, a deficiência de tiamina é importante também para carnívoros (paralisia de Chastek) e humanos (doença de Wernicke e síndrome de Wernicke-Korsakoff). As regiões do SNC envolvidas na PEM são variadas e contraditórias, mas são afetadas desde áreas corticais até regiões profundas como mesencéfalo e tálamo. Nestes locais, tipicamente há degeneração e necrose neuronal, com envolvimento adjacente de alterações astrocitárias e inflamatórias. Pouco ainda se conhece sobre os mecanismos moleculares e celulares da degeneração e morte dos neurônios, entretanto, considera-se que o processo relacionado à deficiência de tiamina se inicia por defeitos metabólicos na mitocôndria com consequente estabelecimento de estresse oxidativo. No presente trabalho objetivou-se determinar diferentes parâmetros relacionados à deficiência de tiamina no sistema nervoso central em um modelo in vivo com intuito de avaliar a ocorrência de morte celular e os mecanismos moleculares envolvidos, associação de alterações comportamentais nos animaismodelo e o delineamento de estratégias neuroprotetoras eficientes, caracterizando as áreas do SNC envolvidas na degeneração induzida por deficiência de tiamina. O modelo de deficiência dietética em associação com injeções do antagonista de tiamina, amprólio, foi utilizado no presente estudo. Os animais foram tratados por 15 ou 20 dias, divididos em 6 grupos de tratamento: controle (Cont), amprólio (Amp), amprólio e Trolox® (Amp+Tr), amprólio e DMSO (Amp+Dmso), Trolox® (Tr) e DMSO (Dmso). Os camundongos submetidos ao modelo de deficiência de tiamina (grupo Amp) exibiram redução significativa no ganho de peso corporal, após 15 e 20 dias de tratamento. À análise histopatológica, foi observado no grupo Amp esteatose hepática centrolobular em 15 dias e difusa quando tratados por 20 dias, além de proteinúria moderada. Trolox e DMSO atenuaram acentuadamente a esteatose (grupos Amp+Tr e Amp+Dmso). Não foram observadas alterações histológicas no SNC em 15 ou em 20 dias de tratamento. Entretanto, a viabilidade celular do córtex cerebral reduziu significativamente no grupo Amp após 20 dias de tratamento; efeito que foi revertido nos grupos Amp+Tr e Amp+Dmso. Além disso, os animais deficientes (Amp) apresentaram alterações comportamentais como redução nas atividades de ambulação e exploratória e na coordenação motora e, de modo interessante, Trolox e DMSO atenuaram estes efeitos. Estes dados sugerem que no modelo de deficiência de tiamina com amprólio os animais desenvolvem alterações neurológicas e metabólicas, associadas ao estresse oxidativo e, possivelmente, inflamação. Além disso, o modelo se mostra viável para estudo da deficiência da vitamina com estabelecimento de um processo progressivo gradual, sem ser acentuadamente agressivo, como no clássico modelo da piritiamina.
Abstract: Neurological diseases are quite varied and have a great economic impact on livestock. Central nervous system (CNS) disorders may be caused by various etiologic agents, such as biological agents and by metabolic disorders. In this case, we highlight the polioencephalomalacia (PEM) triggered by thiamine deficiency (vitamin B1). PEM has been described in several regions of Brazil, involving cattle, sheep and goats. However, thiamine deficiency is important also for carnivores (Chastek's palsy) and humans (Wernicke disease and Wernicke-Korsakoff syndrome). The CNS regions involved in PEM are varied and contradictory, but are affected from cortical areas to deep regions such as the midbrain and thalamus. At these sites, there is typically neuronal degeneration and necrosis, with adjacent involvement of astrocytic and inflammatory changes. Little is known about the molecular and cellular mechanisms of degeneration and death of neurons. However, it is considered that the process related to thiamine deficiency is initiated by metabolic defects in the mitochondria with consequent establishment of oxidative stress. In the present work, we aimed to determine different parameters related to thiamine deficiency in the CNS in an in vivo model to evaluate the occurrence of cell death and the molecular mechanisms involved, association of behavioral changes and the design of efficient neuroprotective strategies, characterizing the CNS areas involved in thiamine deficiency-induced degeneration. The model of dietary deficiency in combination with injections of the thiamine antagonist, amprolium, was used in the present study. The animals were treated for 15 or 20 days and divided into 6 treatment groups: control (cont), amprolium (Amp), amprolium and Trolox® (Amp+Tr), amprolium and DMSO (Amp+Dmso), Trolox® (Tr) and DMSO (Dmso). Mice subjected to the thiamine deficiency model (Amp) exhibited a significant reduction in body weight gain after 15 and 20 days of treatment. The histopathological analysis revealed in the Amp group, centrolobular hepatic steatosis at 15-day and diffuse hepatic steatosis when treated for 20 days, in addition to moderate proteinuria. Trolox® and DMSO markedly attenuated steatosis (Amp+Tr and Amp+Dmso groups). No histological changes were observed in the CNS within 15 or 20 days of treatment. However, the cellular viability of the cerebral cortex significantly reduced in the Amp group after 20 days of treatment; which effect was reversed in the Amp+Tr and Amp+Dmso groups. In addition, deficient animals (Amp) presented behavioral changes such as reduction in ambulation and exploratory activities and in motor coordination and, interestingly, Trolox® and DMSO attenuated these effects. These data suggest that in the model of thiamine deficiency with amprolium the animals develop neurological and metabolic alterations, associated with oxidative stress and possibly inflammation. In addition, the model proves feasible for the study of vitamin deficiency with the establishment of a gradual progressive process, without being markedly aggressive, as in the classic model of pyrithiamine.
URI: http://hdl.handle.net/11612/858
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