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Authors: Novais, Dennis Gonçalves
metadata.dc.contributor.advisor: Santos, Helcileia Dias
Title: Distribuição Espacial e Fatores Determinantes da Ocorrência de Hanseníase em Municípios da Região de Saúde do Bico do Papagaio, Estado do Tocantins no Período de 2008-2018.
Keywords: Paciente hansênico. Perfil epidemiológico. Fatores de risco. Amazônia Legal.
Issue Date: 2020
Citation: NOVAIS, Dennis Gonçalves. 2020. 116f. Dissertação (Mestrado em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos.) – Universidade Federal do Norte do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos, Araguaína, 2020.
metadata.dc.description.resumo: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, uma bactéria intracelular obrigatória que infecta macrófagos, células dendríticas, queratinócitos e células de Schwann e pode causar deformidades e incapacidades físicas, além de danos psicológicos pela estigmatização dos doentes. O Brasil está entre os países que mais notificam casos de hanseníase no mundo e o estado do Tocantins apresenta elevada taxa de detecção, sendo classificado como hiperendêmico. O objetivo do estudo foi identificar fatores sociais e individuais associados à ocorrência de hanseníase em municípios da região de saúde do Bico do Papagaio, norte do estado do Tocantins, no período de 2008 a 2018. Realizou-se um estudo seccional, descritivo, com dados secundários dos casos de hanseníase notificados em municípios da região de saúde do Bico do Papagaio – TO no período de 2008 a 2018, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. Adicionalmente foi realizado um estudo caso-controle não pareado para avaliar possíveis fatores determinantes da doença na região, por meio da realização de entrevista com pacientes notificados para hanseníase nos anos de 2016 a 2018. O estudo epidemiológico revelou registro de 1257 casos novos, dos quais 173 (13,76%) ocorreram em menores de 15 anos. Houve predomínio da doença no sexo masculino (54,49%), na faixa etária de 15 a 59 anos (65%), em indivíduos pardos (69,93%), analfabetos ou que cursaram até o ensino fundamental (60,76%) e moradores da zona urbana (74,14%). A forma multibacilar foi mais frequente (58,63%) assim como dimorfos (38,66%) e com até 5 lesões (56,56%). O Grau de incapacidade física 2 (GIF) foi registrado para 3,98% dos notificados e o comprometimento de nervos em 25,38%. A baciloscopia foi positiva em 41,46% (209/504) dos indivíduos submetidos ao exame e foi ignorada ou não realizada em 59,9% das notificações. Reações hansênicas foram registradas em 12,25% dos notificados. O coeficiente de detecção geral médio na população geral foi de 59,89/100 mil habitantes e em menores de 15 anos de 8,88 casos/100 mil. O grau de incapacidade física 2 teve taxa de detecção de 23,24 casos/1 milhão de habitantes. A distribuição espacial da doença demonstrou predomínio de áreas hiperendêmicas ou de muita alta endemicidade ao longo do período estudado. No estudo caso controle uma maior chance da ocorrência de hanseníase foi observada em indivíduos negros (OR=2,56; p=0,001) e pardos (OR=1,36, p=0,015), com baixa escolaridade (OR=3,23, p=0,006) e com ocupações que não exigem formação escolar (OR=4,24, p<0,001). Apareceram também como associadas à ocorrência de hanseníase moradias com até 4 cômodos (OR=4,02; p<0,001), que possuiam abastecimento de água (OR=19,56, p<0,001) e que recebiam a visita de um agente de saúde (OR=2,87, p=0,016). Indivíduos que não receberam a imunização com a BCG (OR=2,2; 0,014) e que relataram caso anterior de hanseníase na família (OR=4,35; p<0,001) também tiveram mais chance de infecção. Os dados evidenciam que na região de saúde do Bico do Papagaio o diagnóstico da hanseíase ainda ocorre de forma tardia, com elevada ocorrência de casos multibacilares, principalmente entre menores de 15 anos. O convívio íntimo entre indivíduos em famílias mais numerosas e domicílios pequenos, sem qualquer proteção imunológica e com presença de casos da doença, são fatores de risco para a infecção por hanseníase e em famílias assistidas pelo sistema público de saúde a chance de diagnóstico da doença é maior.
Abstract: Leprosy is an infectious disease caused by Mycobacterium leprae, a mandatory intracellular bacterium that infects macrophages, dendritic cells, keratinocytes and Schwann cells and can cause deformities and physical disabilities, in addition to psychological damage due to the stigmatization of patients. Brazil is among the countries that most report leprosy cases in the world and the state of Tocantins has a high detection rate, being classified as hyper-endemic. The objective of the study was to identify social and individual factors associated with the occurrence of leprosy in municipalities in the health region of Bico do Papagaio, northern Tocantins, from 2008 to 2018. A sectional, descriptive study was conducted with data secondary cases of leprosy cases notified in municipalities in the health region of Bico do Papagaio - TO in the period from 2008 to 2018, registered in the Notifiable Diseases Information System - SINAN. Additionally, an unpaired case-control study was carried out to assess possible determinants of the disease in the region, by conducting interviews with patients notified for leprosy in the years 2016 to 2018. The epidemiological study revealed a record of 1257 new cases, of which 173 (13.76%) occurred in children under 15 years old. There was a predominance of the disease in males (54.49%), aged between 15 and 59 years (65%), in brown individuals (69.93%), illiterate or who attended elementary school (60.76% ) and residents of the urban area (74.14%). The multibacillary form was more frequent (58.63%) as well as dimorphic (38.66%) and with up to 5 injuries (56.56%). Degree of physical disability 2 (GIF) was registered for 3.98% of those notified and nerve involvement in 25.38%. Sputum smear microscopy was positive in 41.46% (209/504) of the individuals submitted to the exam and was ignored or not performed in 59.9% of the notifications. Leprosy reactions were recorded in 12.25% of those notified. The average general detection coefficient in the general population was 59.89 / 100 thousand inhabitants and in children under 15 years of age, 8.88 cases / 100 thousand. The degree of physical disability 2 had a detection rate of 23.24 cases / 1 million inhabitants. The spatial distribution of the disease showed a predominance of hyper-endemic or very high endemic areas over the study period. In the case-control study, a greater chance of the occurrence of leprosy was observed in black (OR = 2.56; p = 0.001) and brown (OR = 1.36, p = 0.015) individuals, with low education (OR = 3.23 , p = 0.006) and with occupations that do not require school training (OR = 4.24, p <0.001). Homes with up to 4 rooms (OR = 4.02; p <0.001), which had a water supply (OR = 19.56, p <0.001) and who were visited by a health agent, also appeared as associated with the occurrence of leprosy. health (OR = 2.87, p = 0.016). Individuals who did not receive BCG immunization (OR = 2.2; 0.014) and who reported a previous case of leprosy in the family (OR = 4.35; p <0.001) were also more likely to become infected. The data show that in the health region of Bico do Papagaio the diagnosis of leprosy still occurs late, with a high occurrence of multibacillary cases, especially among children under 15 years of age. The intimate contact between individuals in larger families and small households, without any immunological protection and with the presence of cases of the disease, are risk factors for leprosy infection and in families assisted by the public health system, the chance of diagnosis of the disease is bigger.
URI: http://hdl.handle.net/11612/6062
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