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Authors: Cunha, Sonia Regina Pereira da
metadata.dc.contributor.advisor: Soares, Thiago Barbosa
Title: Nome social e a (des) construção identitária do sujeito
Keywords: Nome social; Discurso midiático; Sujeito; Identidade; Resistência; Social name; Media discourse; Subject; Identity; Resistance
Issue Date: 15-Jul-2021
Citation: CUNHA, Sonia Regina Pereira da. Nome social e a (des) construção identitária do sujeito.2021.121f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Letras, Porto Nacional, 2021.
metadata.dc.description.resumo: A presente investigação discursiva teve como objetivo primordial analisar textos (artigos de jornais de grande circulação) publicados na mídia escrita brasileira contemporânea acerca do uso do nome social em espaços públicos. Pelo viés qualitativo, trabalhamos com os pressupostos teórico-metodológicos da análise de discurso de matriz francesa com base pecheuxtiana. O arquivo da pesquisa teve sua constituição iniciada com o texto que circulou na mídia em julho de 2017, com a chamada intitulada “Acadêmico trans foi impedido de votar em eleição na UFT usando o nome social”, no dia da eleição para a escolha da reitoria da Universidade – um evento interno onde a comunidade acadêmica decide quem responderá legalmente pela gestão da instituição; o fato desse “impedimento” ter ocorrido na instituição local, à qual estamos filiados justifica a escolha desse texto como propulsor deste percurso investigativo, pois a partir desse texto levantamos a tese que o sentido dos textos midiáticos enfatizam sobremaneira, a posição identitária do sujeito que deseja ser reconhecido pelo nome social ao utilizar o termo trans, ou seja, à mídia coloca em destaque a identidade do sujeito e não necessariamente, o uso do nome social em si, nos espaços públicos. Um acadêmico ser impedido dentro de uma instituição de ensino superior democrática causou-nos um estranhamento ao evidenciar que: a) pouco se sabe sobre o nome social; b) confirma que as relações de poder, geradoras de conflitos estão em todosos ambientes devido às formações discursivas distintas; c) não fosse o fato de o sujeito transexual resistir ao posicionamento da equipe responsável pela logística da eleição e acionar a instância midiática, a sociedade não teria acesso ao ocorrido, logo seria apenas mais um assunto interno. Nesse sentido, compreende-se o nome social como um acontecimento porque ele rompe com um saber já instituído sobre o nome de pessoas (nome civil) e, esse não saber sobre o nome social impede que novos sentidos circulem em sociedade, assim como, impede que o sujeito que reivindique seu uso, devido à sua identidade, ocupe os espaços públicos. Dessa forma, a composição do arquivo sobre o objeto discursivo foi composto por textos extraídos dos sites: globo.com; folha.uol.com.br; planalto.gov.br, conjur.com.br entre os anos 2017 a 2020. Tratamos o texto midiático como a prática discursiva vigente porque inter-relacionam língua, sujeito e sociedade, tendo a identidade como efeito discursivo das práticas sociais às quais o sujeito está exposto. Como sujeito e sentido estão vinculados, não há como falar sobre o nome social sem tocar no sujeito tavesti/transexual; é como se existisse um colamento entre nome social/sujeito logo, visando atingir o objetivo proposto, analisamos e descrevemos o corpus discursivo sob três aspectos: a) o que se diz sobre a lei; b) o que se fiz do sujeito beneficiado pela lei e, c) o que se diz contra a lei. A partir desse recorte, o aspecto intrinsicamente político da linguagem, representado pelo silêncio se fez presente em todos os enunciados midiáticos evidenciando assim, o funcionamento do preconceito sobre como o efeito de sentido que circula em todos os textos analisados; o sujeito que reivindica o uso do nome social, que resiste às relações de poder hegemônicas e que procura dar voz e visibilidade à sua posição social normatizada legalmente via decreto federal no ano de 2016. Ademais, na constituição do sentido, o funcionamento interdiscursivo foi evidenciado a partir dos processos parafrásticos. Concluímos afirmando que o funcionamento discursivo midiático sobre o nome social possui como formação discursiva recorrente a ordem do repetível, ao tentar inviabilizar o uso do nome social em todos os espaços públicos, silenciando, apagando, através de estratégias discursivas como a do politicamente correto o preconceito existente acerca do sujeito travesti/transexual, visando assim, manter a homogeneidade já existente socialmente
Abstract: The present discursive investigation has as main objective to analyze texts (newspaper articles of great circulation), published in the Brazilian written media contemporary about the social name. From a qualitative perspective, we will work with the theoretical- methodological assumptions of French-based discourse analysis with a pecheuxtian basis. The research archive had its constitution started with the text that circulated in the media in July 2017, with the call entitled “Trans academic was prevented from voting in election in the UFT using the social name”, on election day to choose the rectory of the University – an internal event where the academic community decides who will be legally responsible for the institution's management; the fact that this "impediment" occurred in the local institution, to which we are affiliated, justifies the choice of this text as a driver of this investigative path, because from this text we raise the thesis that the media text greatly emphasizes the identity position of the subject who wants to be recognized by the social name when using the term trans, that is, the media is interested in the subject's identity and not necessarily the use of the social name itself in public spaces. An academic being impeded within a democratic educational institution caused us to feel strange when it showed that: a) little is known about the social name; b) confirms that power relations, which generate conflicts, are present in all environments due to distinct discursive formations; c) were it not for the fact that the transsexual subject resisted the position of the team responsible for the logistics of the election and triggered the media instance, society would not have access to what happened, therefore it would be just another internal matter. In this sense, the social name is understood as an event because it breaks with already established knowledge about the name of people (civil name) and this lack of knowledge about the social name prevents new meanings from circulating in society, as well as preventing the subject who claims its use, due to its identity, occupies public spaces. Thus, the composition of the file about the discursive object was composed of texts extracted from the sites: globo.com; foil.uol.com.br; planalto.gov.br, conjur.com.br between 2017 and 2020. We treat the media text as the current discursive practice because they interrelate language, subject and society, having identity as a discursive effect of the social practices to which the subject is exposed. As subject and meaning are linked, there is no way to talk about the social name without touching the travesti/transsexual subject; it is as if there was a bond between social name/subject logo, aiming to achieve the proposed objective, we analyze and describe the discursive corpus under three aspects: a) what is said about the law; b) what was done to the subject benefited by the law and, c) what is said against the law. From this perspective, the intrinsically political aspect of language, represented by silence, was present in all media utterances, thus evidencing the functioning of prejudice as the effect of meaning that circulates in all analyzed texts; the subject who claims the use of the social name, who resists hegemonic power relations and who seeks to give voice and visibility to his social position legally regulated by federal decree in 2016. Furthermore, in the constitution of meaning, the interdiscursive functioning was evidenced from the paraphrastic processes. We conclude by stating that the discursive functioning of the media on the social name has as a recurrent discursive formation the order of the repeatable, by trying to make the use of the social name in all public spaces unfeasible, silencing, erasing, through discursive strategies such as politically correct prejudice. existing about the transvestite/transsexual subject, thus aiming to maintain the homogeneity that already exists socially.
URI: http://hdl.handle.net/11612/5392
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