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Autor(a): Ribeiro, Fabyanne Oliveira Montelo
Orientador: Borges, Thelma Pontes
Título: Fatores Biopisicossociais e a vulnerabilidade dos profissionais invisíveis atuantes na cadeia de enfrentamento da Covid-19 na cidade de Araguaína/Tocantins
Palavras-chave: COVID-19; Trabalhadores; Psicodinâmica do trabalho; Pandemia.
Data do documento: 2022
Editor: Univsersidade Federal do Tocantins
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO ACADÊMICO EM DEMANDAS POPULARES E DINÂMICAS REGIONAIS
Citação: RIBEIRO, Fabyanne Oliveira Montelo. Fatores Biopisicossociais e a vulnerabilidade dos profissionais invisíveis atuantes na cadeia de enfrentamento da Covid-19 na cidade de Araguaína/Tocantins. 2022. 173 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós- Graduação em Demandas Populares e Dinâmicas Regionais., Universidade Federal do Tocantins, Araguaína, 2022.
Resumo: Uma das preocupações ligadas à pandemia da COVID-19 foram as consequências biopsicossociais dos trabalhadores envolvidos no enfrentamento da doença. Além dos trabalhadores inseridos dentro do contexto hospitalar, destacamos os que atuaram fora deste sistema, intitulado neste estudo de profissionais invisíveis, sendo os motoristas, recepcionista, auxiliar de serviços gerais, além dos próprios profissionais de saúde de nível médio e superior, como, técnico de enfermagem, enfermeiros, odontólogos, psicólogo entre outros. Diante disto, o objetivo deste estudo consiste em analisar as condições socioprofissionais e psicodinâmicas dos trabalhadores invisíveis da cadeia de saúde envolvidos no enfrentamento da pandemia da COVID-19 no município de Araguaína, estado do Tocantins. Para a obtenção dos dados, optou-se pelo uso de questionário via internet e entrevista semiestruturada, subsequentemente gravadas e transcritas. Participaram desta pesquisa 107 trabalhadores lotados na Secretária Municipal de Saúde e Secretaria Municipal da Assistência Social, Trabalho e Habitação, 54% participaram somente do questionário e 43% aceitaram participar do questionário e entrevista, destes, 7% foram selecionados para entrevista. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e técnicas de análise de conteúdo. Aqueles que se autodenominaram pardos e pretos somaram um total de 67%, com relação a faixa etária, 40% se encontravam entre 25 a 34 anos. Quanto aos fatores biopsicossociais de saúde/doença 13% faziam parte do grupo de riscos, 13% da amostra declararam ter adquirido COVID-19 e 54% declararam residir com indivíduos pertencentes ao grupo de risco. O principal tipo de assistência foi o Sistema Único de Saúde, 56% faziam uso de forma exclusiva. Quanto à vacinação, somente 4% não haviam sido imunizados contra a COVID-19. Entre as condições socioprofissionais, 61% declararam possuir nível superior, entretanto somente 42% das profissões declaradas eram de nível superior, sugerindo que profissionais com nível superior atuaram como profissionais de nível médio. Quanto à principal forma de locomoção para o trabalho 83% possuíam um meio de transporte próprio para se locomoverem e somente 4% utilizavam do transporte público para ir ao trabalho. Quanto ao vínculo de trabalho, 66% foram contratados temporariamente sem carteira assinada, 31% eram concursados e somente 2% possuíam registro na carteira de trabalho. Do total de participantes 49% já trabalhavam no município e tiveram sua função inicial alterada para suprir uma demanda específica da pandemia. Em todas as entrevistas ficou evidente a falta de segurança e domínio para executar suas novas funções. Observa-se condições de trabalho e uma organização de trabalho precarizada, levando ao sofrimento psicológico. Houve o uso da criatividade dada pela liberdade em transformar o trabalho prescrito em trabalho real como elemento de superação do sofrimento. Quanto as relações familiares e sociais, evidencia uma ruptura dada pela organização de trabalho que foram submetidas, e pela própria condição de isolamento e distanciamento social imposta pela pandemia. Os dados mostraram que a pandemia acentuou as fragilidades de trabalho já presentes, que os trabalhadores invisíveis foram sujeitos a condições de sofrimento e adoecimento relacionado ao trabalho. Assim, foi importante conhecer a realidade deste público e realizar estudo adicionais pós pandemia nesta mesma população no intuito de verificar quais sequelas emocionais foram associadas às condições de trabalho.
Abstract: One of the concerns linked to the COVID-19 pandemic was the biopsychosocial consequences of workers involved in fighting the disease. In addition to the workers inserted within the hospital context, we highlight those who worked outside this system, entitled in this study of invisible professionals, being the drivers, receptionist, general service assistant, in addition to the medium and higher-level health professionals themselves, such as, technician nurses, nurses, dentists, psychologists, among others. In view of this, the objective of this study is to analyze the socio-professional and psychodynamic conditions of invisible workers in the health chain involved in facing the COVID-19 pandemic in the municipality of Araguaína, state of Tocantins. To obtain the data, we chose to use a questionnaire via the Internet and a semi-structured interview, which were subsequently recorded and transcribed. A total of 107 workers from the Municipal Health Department and the Municipal Department of Social Assistance, Work and Housing participated in this research, 54% participated only in the questionnaire and 43% agreed to participate in the questionnaire and interview, of which 7% were selected for interview. Data analysis was performed using descriptive statistics and content analysis techniques. Those who called themselves browns and black added up to a total of 67%, with respect to age group, 40% were between 25 and 34 years old. As for the biopsychosocial health/disease factors, 13% were part of the risk group, 13% of the sample declared having acquired COVID-19 and 54% declared living with individuals belonging to the risk group. The main type of assistance was the SUS, 56% used it exclusively. As for vaccination, only 4% had not been immunized against COVID-19. Among the socio-professional conditions, 61% declared having a higher education, however only 42% of the declared professions were higher education, suggesting that professionals with higher education acted as professionals with a secondary education. As for the main way of getting to work, 83% had their own means of transport to get around and only 4% used public transport to go to work. As for the employment relationship, 66% were temporarily hired without a formal contract, 31% were public employees and only 2% had a formal contract. Of the total number of participants, 49% already worked in the municipality and had their initial function changed to meet a specific demand of the pandemic. In all the interviews, it was evident the lack of security and mastery to perform their new functions. Working conditions and a precarious work organization are observed, leading to psychological suffering. There is the use of creativity given by the freedom to transform the prescribed work into real work as an element of overcoming suffering. As for family and social relationships, it shows a rupture given by the work organization they were subjected to, and by the very condition of isolation and social distance imposed by the pandemic. The data showed that the pandemic accentuated the weaknesses of work already present, that invisible workers were subjected to conditions of suffering and work-related illness. Thus, it was important to know the reality of this public and carry out additional post-pandemic studies in this same population in order to verify which emotional sequelae were associated with working conditions.
URI: http://hdl.handle.net/11612/4586
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