Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/11612/2462
Authors: Machado, Laylson Mota
metadata.dc.contributor.advisor: Sieben, Airton
Title: “A beira do rio é o nosso lugar”: os efeitos da usina hidrelétrica de estreito (MA) e a vida ribeirinha no acampamento Coragem em Palmeiras do Tocantins (TO)
Keywords: Desterritorialização; Lugar; Barragem; Comunidade Ribeirinha; Rio; Deterritorialization; Place; Dam; Riverine Community; River
Issue Date: 22-Jun-2020
Citation: MACHADO, Laylson Mota. “A beira do rio é o nosso lugar”: os efeitos da usina hidrelétrica de estreito (MA) e a vida ribeirinha no acampamento Coragem em Palmeiras do Tocantins (TO).2020. 138f. Dissertação (Mestrado em Estudos de Cultura e Território) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território, Araguaína, 2020.
metadata.dc.description.resumo: O modelo energético brasileiro constitui-se a partir da produção de energia gerada pelas usinas hidrelétricas, para promover a economia nacional. A construção desses empreendimentos tem causado efeitos irreversíveis ao meio ambiente social e aos povos e comunidades tradicionais, causando mudanças no meio social, cultural e econômico de inúmeras populações que sofreram com os efeitos da desterritorialização. Tais empreendimentos são os eixos basilares de fomento do Estado e dos empreendedores que propagam o discurso desenvolvimentista e do progresso, destacando que a implantação das barragens surgem para o desenvolvimento da nação. A Usina Hidrelétrica de Estreito (UHEE) é destaque entre estes empreendimentos que surgiram com a proposta impulsionadora da economia nacional. Sua construção teve início em 2007 e, desde essa época, vem causando efeitos irreversíveis às populações atingidas, dentre as quais destaca-se a comunidade ribeirinha do Acampamento Coragem que foi desterritorializada com o advento da usina. Trata-se de um grupo de pescadores/as que atualmente ocupam um território em Palmeiras do Tocantins (TO) como forma de reivindicação dos direitos negados pelo Consórcio Estreito Energia (CESTE). A comunidade é composta por trinta e seis famílias, tendo aproximadamente cem acampados, que atualmente disputam judicialmente a terra que hoje ocupam, lutando contra os empreendedores da usina. Esta pesquisa se desdobrou em investigar quais as percepções dos moradores do Acampamento Coragem em relação aos efeitos do empreendimento da UHE de Estreito sobre a sua comunidade. O objetivo geral deste estudo foi analisar os efeitos e conflitos em torno da UHE de Estreito na comunidade ribeirinha do Acampamento Coragem. Para alcançar tais objetivos, percorreu-se o caminho metodológico da pesquisa qualitativa, com uso da história oral de vida, permeando a percepção fenomenológica como escopo de discussão desse estudo, assim como aplicação de roteiro de entrevistas a 12 famílias entre julho e setembro de 2019 com 40 questões que questionavam sobre: identificação e história dos moradores; memória do lugar; impactos da UHEE, processo de desapropriação e perspectivas dos atingidos e impactos socioespaciais no Acampamento Coragem. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram a observação participante realizada na comunidade e mapeamento social do território ocupado, o que contribuiu para a elaboração de uma pesquisa interdisciplinar. Diante disso, evidencia-se nas práticas realizadas pelos moradores da comunidade que, desde a instalação da usina, essa população tem se manifestado contra o empreendimento e lutado pelos direitos que foram violados pelos empreendedores. Destacamos a cultura ribeirinha como um modo de resistência, seja pelos direitos, pela ocupação, pelo plantar, produzir, criar e colher que são culturalmente formas de continuar exercendo suas práticas profissionais. Enfatizamos como a comunidade tem sofrido com os efeitos na produção pesqueira que decaiu drasticamente em razão da construção da usina, evidenciando as formas que a barragem, mesmo após sua construção, ainda gera efeitos às populações atingidas.
Abstract: The energy production generated by the hydroelectric plants constitutes the Brazilian energetic model to promote the national economy. The construction of those achievements has occasioned irreversible effects on the social environment, peoples and traditional communities, causing some changes in the social, cultural, and economic ambiance of innumerable populations that suffer the deterritorialization effects. Those achievements are the fundamental axes of the State promotion and the entrepreneurs that divulge the developmental and progressive discourse that points out that the implantation of dams emerges for the development of the country. Estreito Hydroelectric Plant (UHEE) is a distinction between those projects that emerge with the impulse of the national economy. It was built in 2007 and since that, it is causing irreversible effects to the affected populations such as the riverine community of Acampamento Coragem that with the emergence of the plant, was deterritorialized. Fishermen/fisherwomen form a group that, nowadays, occupy territory in Palmeiras do Tocantins (TO) as a form of claiming its denied rights by Consórcio Estreito Energia (CESTE). The community is compound by thirty-six families, having one hundred camped that are disputing judicially the land that occupies today, struggling against the entrepreneurs of the plant. This research aims to investigate the perceptions of Acampamento Coragem inhabitants in relation to the effects of the UHE of Estreito achievement on its community. The main object of this study was to analyze the effects and conflicts according to UHE de Estreito in the riverine community of Acampamento Coragem. For achieving those objectives was employed the qualitative inquiry as methodology using oral life history, permeating the phenomenology perception as focus of the discussion study. In addition, there was the application of some interviews to 12 families between July and September 2019. They had 40 questions about identification and history of inhabitants, memory of the place, UHEE impact, perspectives and expropriation process and socio-spatial impact of the affected people of Acampamento Coragem. The data instruments were the participant observation in the community and social mapping of the occupied territory, which contributed to the elaboration of interdisciplinary research. Before that, the practices made by the inhabitants of the community evidence that, since the installation of the plant, the population has been against that project and struggled for the rights that the entrepreneurs violated. We point out the riverine culture as a resistance mode either because the rights, occupation, planting, producing and collecting that are cultural ways of continuing their professional practices. We emphasize the community suffering from the effects in fish production that drastically decayed because of the plant building, which evidences the ways that the dam still generates effects on the affected population after its building.
URI: http://hdl.handle.net/11612/2462
Appears in Collections:Mestrado em Estudos de Cultura e Território

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